Bem vindo ao blog Espaço A3

O Espaço A3 desenvolve a sua actividade na área da educação. O conceito baseia-se na criação de um espaço acolhedor na área da Avaliação e Intervenção Psicopedagógica e desenvolve-se através de uma oferta de serviços de qualidade que visam desenvolver nas crianças e jovens competências para Aprender e Alcançar objectivos pessoais, escolares e profissionais com Autonomia.

A Equipa do Espaço A3 tem como objectivo principal marcar a diferença pela qualidade da intervenção psicológica e pedagógica, que não se deve alongar no tempo, a não ser o estritamente necessário, sendo estes os seus principais factores de diferenciação. O objectivo central é desenvolver a autonomia da criança ou jovem para que este possa prosseguir as suas aprendizagens com sucesso.


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domingo, 21 de fevereiro de 2010

Mutismo Electivo

Mutismo Electivo (anteriormente designado por mutismo Selectivo) é uma perturbação grave da comunicação (Peña-Casanova J., 2002). Esta caracteriza-se pelo silêncio voluntário, da criança, perante determinadas pessoas ou em determinadas situações, sem que exista uma perturbação da compreensão da linguagem nem da capacidade de falar que o justifique (Machleidt W. et al, 2004). São crianças que desenvolvem normalmente a sua linguagem e que falam noutros contextos. Estas apresentam-se tímidas e retraídas quando estão na escola ou rodeadas por pessoas estranhas que podem ser professores, vizinhos ou outros (Chevrie-Muller, 2001). É mais frequente nas meninas e afecta entre 0,6 a 0,7% das crianças em idade escolar, ao nível do 1º ciclo do EB (DSM-IV-TR). Marcelli D. et al (1996) acrescenta que pode ser acompanhado de enurese e descreve um outro tipo de Mutismo:Mutismo Total Adquirido, o qual surge com frequência após um impacto afectivo. Observa-se especialmente no adolescente, é de duração variável, mas com frequência passageiro. Ocasionalmente, é seguido de um período de palavra balbuciante ou de uma Disfluência (gaguez) transitória; o Mutismo Electivo não é uma perturbação frequente e está muitas vezes associado à entrada na escola, numa relação de 9 em cada 10 casos (Chevrie-Muller, 2001). Muitas destas crianças recuperam o seu comportamento normal ao fim de um mês. Por vezes, a intervenção é tardia, pelo facto de os pais não acreditarem nas queixas que lhes chegam através dos professores. A escola desempenha um papel importante no tratamento facilitando ou dificultando o seu desenvolvimento, sendo que a colaboração do professor/educador se encontra implícita na partilha de informações e nas atitudes a ter com a criança, na sala de aula. Peña-Casanova J. & Alonso A. (2002) alertam para os cuidados a ter em contexto escolar:1.Não se deve surpreender a criança quando fala, muito menos tentar subornar (com gratificações) para que fale ou, pelo contrário, castigá-la até que fale;2.Não deve ser tratada como uma criança especial ou diferente e as questões não devem ser dirigidas a ela, mas sim à turma;3.Não devem ser valorizadas situações em que a criança fale (por ex: ler em voz alta, cantar, etc.). Em casa, os pais não devem questionar a criança sobre se falou na escola ou não, nem devem fazer do problema um constante motivo para conversa.O diagnóstico inicial pode confundir-se com uma fobia escolar, com timidez ou depressão e inclusive com traços psicóticos, contudo os autores Peña-Casanova J. & Alonso A. (2002) referem alguns indicadores para que se identifique a problemática adequadamente:1.A criança não deve ser portadora de outras perturbações psicológicas, défices auditivos, atraso de linguagem e deficiência mental;2.A linguagem básica já deve estar adquirida, assim sendo, trata-se de um problema cujo início não é inferior aos 4,5 anos ou 5 anos de idade;3.A criança fala com normalidade em determinadas circunstâncias e não fala nunca noutras. O período mínimo da persistência do mutismo é de 6 meses;4.A compreensão da linguagem oral e a comunicação não se alteram. A criança faz-se compreender, compreende e comunica em todos os contextos da vida quotidiana;5.Em determinadas ocasiões, observam-se comportamentos negativos e de oposição (DSM-IV-TR);6.A Perturbação Específica da Linguagem, em alguns casos, pode estar associada (Narbona J., Chevrie-Muller, 2001).O encaminhamento destas crianças deve ser realizado logo após o reconhecimento destes sintomas, com o objectivo de evitar o insucesso escolar e a ridicularização a que se encontram sujeitas por parte dos companheiros. A avaliação deve ser realizada por equipa multidisciplinar constituída pela Pedopsiquiatra, Psicóloga e, no caso de serem observadas perturbações da linguagem, por Técnico de Reabilitação da Linguagem. O tratamento pode passar pela administração de medicação e pela terapia de modificação do comportamento (DSM-IV-TR).

Por: Elisabete Pinto

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